talvez



Talvez não fosse tudo ilusão. 
Talvez ele somente cansou de esperar eu tomar uma atitude, sendo que ele mesmo não a tomara. Eu fiquei.
Talvez se ambos não fossêmos tímidos e reservados, talvez teríamos dado certo.
Mas acho que também que se ele não fosse desse jeito, não teria aquele charme especial que percebi.
Talvez, se ele não estivesse na biblioteca naquele dia, eu nem saberia que ele existe, e nem ele saberia da minha existência também.
Talvez a solução seja mesmo esquecer de tudo. 
O tudo que não foi nada, somente um infinito formado por sorrisos e olhares. Sem palavra alguma.
Talvez um dia, ele poderia ter sentido alguma coisa, mas acho que nunca terei coragem de lhe perguntar.
Talvez, eu só tenha um timing horrível nos assuntos do coração, porque nesse departamento, as coisas nunca dão certo.
Talvez seja porque eu sou uma pessoa racional e não emocional, e o cérebro está em constante aviso com a palavra ''perigo!'' quando vê o amor.
E talvez, somente talvez, um dia o meu cérebro quebre o protocolo, fique congelado e deixe o coração tomar conta.
E talvez, levantando hipóteses, a emoção seja a verdadeira chave para a felicidade, mas convenhamos também que, sem a razão, não haveria a emoção.
Assim como não existiria prazer sem a dor.
Então, sim, talvez tenha sido tudo ilusão, pelo menos isso é o que o meu cérebro está me dizendo, e que no final do tudo, eu fui uma idiota.
Mas o meu coração, continua me dizendo que não foi tudo ilusão, que havia algo de verdadeiro lá.
E ainda me dá esperanças de algo, algo que eu não sei o que é.

                                                                                     -S.C

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